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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

ANO NOVO, PESO NOVO....

Festas de final de ano têm sido boas desculpas para comilanças e excessos, e geralmente, que as preocupações com o peso fiquem para o próximo ano. No entanto é preciso que identifiquemos: qual a nossa relação (se é que existe) com a balança? Estética ou efetivamente com a saúde?
Hábitos alimentares são muito complexos e estão relacionados a questões culturais, sociais, econômicas, biológicas, afetivas, dentre outras, daí que um tratamento psicoterápico para uma eventual mudança requer uma abordagem multidisciplinar. Do ponto de vista da psicoterapia é frequente que algumas pessoas nos procurem pedindo auxílio para perder peso, ou então, para poder manter-se em um tratamento relacionado - seja pré ou pós cirúrgico - ou apenas em apoio às exigências de um nutricionista. Há uma meia verdade de que “é preciso mudar a cabeça, não ficar com cabeça de gordo (sic)...”, sugerindo que o sucesso de uma reeducação alimentar passe unicamente por uma questão de vontade e mudança de comportamento.
Estudos mostram que algumas formas de intervenções psicoterápicas influenciam nos resultados para a manutenção do novo peso, todavia, é preciso ter um cuidado personalizado, pois o que pode ser bom para uma pessoa talvez não seja para outra. Trocar um estado de ansiedade com compulsão para a comida por outra forma de compulsão que leve à anorexia, drogadição ou algum hábito nada saudável, é trocar seis por meia dúzia. Um acompanhamento por parte do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em pacientes submetidos a cirurgias bariátricas revelou que depois de cinco anos, parte significativa deles apresentava transtornos como o consumo excessivo de álcool, anorexia e bulimia. E, para a infelicidade destes, 64,15% voltaram a se tornar obesos, sendo que 13% chegaram ao estado de obesidade clinicamente severa. Somente 7,84% dos pacientes mantiveram o peso ideal, ainda assim, apresentando algum distúrbio correlato. Do Hospital das Clínicas de São Paulo, dados similares informam que 40% dos pós cirúrgicos afirmaram continuar a sentir vontade de comer em situações de ansiedade e de depressão, e que a maioria deles não inclui a rotina de acompanhamento psicológico pós operatório.
                Para quem mantém vigilância em relação ao seu peso, é preciso muita informação, disciplina e apoio quando se trata de desenvolver e cultivar novos hábitos alimentares e de comportamento para obter um novo estilo de vida. Mais do que uma preocupação estética, trata-se de uma condição de saúde e de bem estar, pois uma alimentação saudável está relacionada a bom humor, menor agressividade, melhor qualidade de relacionamentos afetivos e sociais, aumento de desempenho cognitivo/aprendizagem, menor índice de casos de depressão e tantos outros benefícios. Um acompanhamento psicoterápico é um ótimo aliado na conquista – e manutenção – destes objetivos. Só ganhos.
Feliz ano de 2016.
César A R de Oliveira
 Psicólogo – CRP 07/13.695

saude_mental@outlook.com

2 comentários:

  1. Muito bom seu artigo, Parabéns!!
    Quando os profissionais de saúde se unem em prol do paciente, orientando-o e incentivando-o para seguir firme em seu tratamento não há sombra de dúvidas de que ele obtenha sucesso ao final da jornada, que por vezes é sim dura e difícil...
    Mais uma vez Dr. Augusto, parabéns pelo belo texto, eu como profissional da área da saúde, atuando na Nutrição, sei da importância do seu trabalho!
    Bom Ano de 2016 a você e toda sua família!
    Juliana Jacomini

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    Respostas
    1. Olá Juliana, obrigado pela ponderação. Igualmente, te desejo um ano repleto de realizações! César Augusto

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