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quarta-feira, 27 de maio de 2015

12 de junho, Dia dos Matemáticos

O título está correto: é para esclarecer para você que o Dia dos Namorados pode ser muito bem comemorado também como um resultado matemático. Foi destaque em algumas revistas no mês de maio, a notícia de um site de palestras na internet com o título The Mathematics of Love (sem dublagem ou legenda em português) onde a autora faz o maior sucesso “ensinando” fórmulas matemáticas para encontrar o par ideal. A tentativa, por vezes bizarra, baseia-se em estudos e pesquisas sobre como algumas pessoas encontram seus pares nos dias de hoje. Sites de relacionamentos - tais quais os existentes no Brasil - são atualmente responsáveis por um terço dos casamentos entre norteamericanos e início de muitas tentativas de namoro por aqui. Se o amor, muito identificado com a poesia e a literatura agora passa pelo viés matemático, não dá para esquecer também que houve no passado tentativas da biologia em explicar as atrações entre pessoas por meio de químicas hormonais, da antropologia por estudos sociais, e até mesmo da psicologia através do comportamento humano.
Agora, mais do que apegar-se a uma teoria para encontrar um grande amor, é preciso estar apaixonado por si mesmo, ter boa autoestima e valorizar-se. Pessoas que não encontram prazer em suas atividades, nos relacionamentos sociais ou no trabalho, dificilmente sentir-se-ão bem ao lado de alguém. Não dá para apostar na possibilidade de que encontrando sua “cara-metade” será feliz, unicamente por que não deve ser o outro quem nos faça feliz. Fosse assim, a vida sem o outro seria uma eterna infelicidade. Compartilhar momentos, conversar, divertir-se, empenhar-se junto e comprometer-se com a pessoa amada são apenas algumas formas de bem viver o Dia dos Namorados. 
Ao mesmo tempo, o apelo midiático de que devemos ter alguém para presentearmos, para sairmos juntos, para curtir a data (dando a clara impressão de que quem está sozinho está errado) deve ser visto com cuidado: se por um lado a clínica da psicoterapia nos traz pessoas tristes por estarem sós, traz também outra gama de pessoas igualmente tristes mesmo estando acompanhadas, sejam por casamentos, noivados ou outros compromissos dos quais sentem-se incapazes em terminar.
Se você encontra-se no grupo de pessoas que por algum motivo não tem alguém com quem comemorar esta data, não sinta-se inferior por isto. Reflita, tente responder à pergunta: Sou obrigado a estar com alguém? De bom grado que a resposta seja “não”, estar obrigado a uma relação não é sinônimo de bem estar ou de alegria.
Sempre que posso refiro-me ao termo SOLITUDE, a atitude de estar só, por opção, por fazer bem e propiciar uma reflexão. Então não se constranja se no Dia dos Namorados você está só; reflita, avalie sua vida, procure entender qual o significado em ter alguém ao seu lado, e, quando sentir-se fortalecido abra-se às possibilidades, seja menos exigente consigo mesmo e permita-se conhecer alguém – e ser conhecido. Mais do que questionar-se sobre o que um namorado pode dar à sua vida, prepare-se para responder o que você tem a dar a um relacionamento. Quando exigimos muito, esperamos muito e não nos satisfazemos, por outro lado, se estamos na condição de dar algo nos sentimos compelidos a pelo menos tentar dar o que de melhor tivermos.