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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

DIGA-ME COM QUEM ANDAS...


Certamente você já ouviu a frase título numa alusão a que somos iguais àqueles que acompanhamos. Pois ocorre que uma recente pesquisa feita por uma agência de publicidade gaúcha afirma que as pessoas têm mais a ver com os grupos aos quais pertencem – e acompanham, do que propriamente a suas idades. Pela pesquisa, os grupos classificaram-se por diferenças de comportamentos, tais como pessoas que praticam esportes, algumas viciadas em trabalho, outras gourmets, ativistas, estilo zen, greens e os nerds, mas todos os grupos com pessoas de várias idades e de gerações diferentes, inclusive.
Ainda que o foco da pesquisa estivesse voltado para informações de mercado consumidor, é interessante (e inevitável) a curiosidade: a qual grupo pertenço? No momento em que tento encontrar-me, acabo por fazer uma reflexão de autoconhecimento e lembro-me dos tempos de Sócrates e da intrigante afirmativa no portal do templo de Delfos: “conhece-te a ti mesmo”. E reconheço o que vejo?
É claro que não devemos nos sentir rotulados e pertencentes a um único grupo, pois temos outras preferências também, e, se hoje o interesse nos identifica a um grupo, amanhã poderemos nos sentir melhor noutro.  Penso que a grande notícia desta pesquisa é a de que não estamos limitados e uma idade (faixa etária) que nos diga o que podemos ou não realizar, afinal, é bem provável que façamos muitas coisas que nossos pais não faziam quando tinham nossa idade. Se tivermos os cuidados necessários voltados ao relacionamento para com a nossa família, para com a saúde, com o de ter algum grupo entre amigos e/ou atividade social e para com a nossa espiritualidade, estaremos bem encaminhados para uma existência saudável, de realizações e com sentido.
Aproveitando as informações da pesquisa, vejo sobre o quanto é importante nos mantermos atualizados nos dias de hoje e atentos às mudanças. Nossa sobrevivência no mercado de trabalho depende disso, nossa relação com os filhos e amigos também, e se quisermos educar nossos filhos da maneira como o fomos, poderemos correr o risco de falharmos, por melhor que seja a intenção os tempos mudaram. Nas sessões de psicoterapia, com frequência, ouço jovens ansiosos por querer tomar certas atitudes mas que não o fazem pois estão preocupados em não querer desagradar a seus pais. Isto ocorre quando estes pais pensam de outra forma ou então não conseguem perceber a situação que o filho passa com o olhar que a modernidade exige, comparam o momento do filho às suas épocas.
Caros pais: digam-me com quem andam e lhes direi quem sois. Se por acaso andam de mãos dadas com o passado e proferindo a toda hora conselhos aos filhos que começam com a frase  “... no meu tempo..”, está na hora de reverem seus conceitos, atualizem-se!

César A R de Oliveira
Psicólogo 

sábado, 1 de dezembro de 2018

DONA CIDA CUROU-SE DA DEPRESSÃO DISTRIBUINDO ABRAÇOS...


Dona Cida é gaúcha de Cachoeirinha, tem 71 anos de idade e há quatro anos distribui abraços nas ruas, parques e nos locais de aglomeração de pessoas. Foi justamente o calor afetuoso que trocou abraçando centenas de estranhos que a fez sair de um quadro depressivo; Uma sequência de mortes de familiares (em pouco espaço de tempo ficou viúva duas vezes, morreram quatro irmãos e ainda a sua mãe) fez com que tivesse sua vida abalada de tal maneira que não saia mais de casa. Relata que foi durante um momento de oração que ouviu uma voz lhe dizer para sair às ruas e abraçar as pessoas. Foi o que fez, e isso transformou sua vida. “ –Me perguntam se não acho esquisito abraçar estranhos. Mas sou a prova viva de que um abraço, quando é honesto, cura mais do que remédio – disse sorrindo.”
Ouvindo uma entrevista sua fiquei me perguntando sobre como alguém que esteve em um quadro de depressão profunda consegue agora transmitir tanta energia a estranhos. O que ela fez não é novidade, é feito no mundo todo (movimento Free Hugs), há até estudos científicos sobre os efeitos da “abraçoterapia” na saúde das pessoas citando a liberação de hormônios e os efeitos de bem estar que produz nas pessoas. Basta digitar num site de buscas na internet o termo “abraço grátis” e teremos centenas de informações sobre os benefícios dessa atitude.
É a típica situação em que ganham ambos, quem dá e quem recebe, pois o benefício é mútuo! Um abraço pode ser transportado a qualquer lugar, ser dado em momentos de alegria ou de tristezas, não importa a sua duração, o efeito é maravilhoso. Quando percebermos que dispomos deste instrumento altamente transformador talvez nos lembremos do que diz o poeta na música de J Quest: “...o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço”, e diz mais, nos emocionando:Tudo que a gente sofre num abraço se dissolve; Tudo que se espera ou sonha, num abraço se encontra.”
É sobre este remédio milagroso que Dona Cida falava, ele alivia sofrimentos, amplia a alegria. Mas e o que nos impede de dar abraços? Certa vez ouvi de alguém a manifestação surpresa no momento em que ganhou um abraço, questionando-se sobre há quanto tempo ela não ganhava um. Algo tão simples, algo tão bom e que ela não ganhava há anos! Bem, não precisamos – por hora – sair oferecendo abraços pelas ruas... olhemos ao redor: quando foi a última vez que abraçamos com calor a quem amamos? Marido, esposa, filhos, pais, amigos, colegas de trabalho... Pensemos sobre quantos abraços apenas às pessoas conhecidas estamos devendo. Bem, se a lógica do abraço é a do efeito benéfico e recíproco, comecemos agora, já! Não percamos tempo. Não precisamos esperar - assim como Dona Cida – um chamado para agir. Falemos com nossa voz interior, aquela que nos conforta, nos direciona para o bem e nos quer ver feliz: abracemos!!!
César A R de Oliveira
Psicólogo – whats app 99981 6455

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Mau comportamento demite jovens

Recentemente uma pesquisa feita por um site de classificados de emprego revelou que o maior entrave na contratação de jovens é, segundo as empresas, o seu mau comportamento. Foram ouvidos 218 recrutadores em todo o país os quais entrevistaram empresários empregadores e jovens na faixa etária entre 18 e 25 anos. “Para 48% dos empregadores entrevistados, a conduta inadequada e irresponsável dos jovens em relação ao trabalho é o maior motivo para a não contratação do candidato à vaga, superando a falta de qualificação que aparece em segundo lugar, com 25%.” Quando a pesquisa ouviu aos jovens eles disseram (75% dos pesquisados) que a maior dificuldade em conseguir emprego é a falta de oportunidade, sendo que apenas 1% (isso mesmo, UM por cento) sugeriu que o motivo pudesse ser o comportamento inadequado dos pretendentes.
Somem-se as características da fase de adolescência ao conceito de Sociedade Líquida (termo cunhado pelo sociólogo Zygmunt Bauman) - onde a busca do prazer individual é o fim último da sociedade – passaremos a pretender entender tal comportamento juvenil da atualidade. Todavia, isso não significa justificar ou acomodar-se com um chacoalhar de ombros, é preciso mostrar aos jovens que seus maus hábitos têm sido a maior causa de demissão, pois pelo visto, apenas um único a cada cem entrevistados percebe isto. Não é possível considerar culpado quem não está reconhecendo-se no cometimento de erros, nossos jovens precisam ter a consciência de que a perda de empregos tem por maior índice suas condutas reprováveis.
Mesmo quando os pais pensam ter feito de tudo para trazê-los ao rumo da correção de atitudes, dá para fazer algo mais? Sim, sempre dá. É frequente a procura por sessões de psicoterapia para estes filhos, os quais, na maioria das vezes, vêm contrariados. Todavia são raros os pais que se disponham a enfrentar uma psicoterapia para si mesmo e voltada sobre como lidar com seus filhos. Obviamente que não se trata de ensinar a como criá-los, mas sim, a fazer uma reflexão sobre como esses pais veem o mundo de hoje; entendem realmente o significado do que seja uma sociedade líquida? Sabem sobre como sobreviver a isso em casa e no trabalho? Estão atentos às mudanças?
Cada geração enfrenta novos desafios, os quais, por sua vez, exigem atitudes diferenciadas ou até então jamais pensadas. A proposta deste breve texto é a de propiciar uma reflexão sobre a forma pela qual estamos a educar nossos filhos, afinal, quanto da parcela destes desvios de comportamento em ambientes de trabalho poderiam ser creditados às ações/omissões dos pais? Sempre é tempo de rever (pré) conceitos, e a psicoterapia é um ambiente ideal para que falemos disso.
                                                                 César A R de Oliveira 
                                                                             psicólogo

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Paciência, haja paciência


No mês passado o Guinness Book (popularmente conhecido como o Livro dos Recordes) concedeu o título de casal mais longevo a dois japoneses, ele com 108 anos de idade e ela com 100, e casados há 80 anos. Ao responder a pergunta fatal sobre qual o segredo para permanecer tanto tempo juntos, a senhora respondeu: “paciência, muita paciência...’.

Dá para perceber sobre o quanto paciência é vital? Por impaciência acaba-se um namoro, briga-se no trânsito, perde-se um cliente, um emprego, gera-se um mal-estar na família.... Quanto falta para aprendermos a lição? Na psicoterapia é muito frequente que casos de impaciência estejam associados à mobilização de ansiedade, e, talvez por isso, algumas pessoas busquem encontrar nos medicamentos ansiolíticos a sua “cura”. Entendo a ansiedade como um sintoma, uma consequência de algo. Assim como a febre ou a dor alertam-nos de que algo não vai bem e que precisamos investigar, a ansiedade tem o mesmo papel, pois ela não é a causa. Sob orientação profissional a medicação pode auxiliar para que a pessoa volte a um estado de equilíbrio, o que possibilitar-lhe-ia uma maior compreensão sobre os acontecimentos e consequente motivação para a tomada de novas atitudes.

É incrível ouvir de algumas pessoas a confissão convicta de que são ansiosos, como se isto fosse tão natural e imutável quanto à cor dos olhos. Um trabalho psicoterápico voltado à diminuição de ansiedade engloba novas práticas que busquem hábitos diferentes dos que vêm sendo realizados, e para isso, o quesito número um chama-se vontade. Mas não seria justo atribuir ao premiado casal japonês o convívio conjugal apenas por desígnio da vontade, pois cultivar a paciência implica também em saber lidar com outros fatores que independem da pessoa. Quantos desejam um relacionamento duradouro, mas não conseguem?  Uma lista enorme de atributos precisa ser considerada quando se busca o equilíbrio emocional e a tão almejada paciência. Ter a faculdade de saber esperar, em dias de eterna queixa de falta de tempo, é um atributo de altíssimo valor; sábio é aquele que desenvolve sua paciência mediante a ação e atitudes e que em algum momento será recompensado. A perseverança (como insistência saudável naquilo que se faz), o discernimento de que o que se busca está ao alcance e que, sem saltos, chegará lá, dão a dose de confiança necessária para tal.

É oportuno que lembremos da Oração da Serenidade, aquela que nos ensina a aceitar as coisas que não podemos modificar, que pede coragem para modificar aquelas que podemos, e sabedoria para conhecer a diferença entre elas. Um bom exercício de paciência.

César A R de Oliveira
Psicólogo

sábado, 1 de setembro de 2018

Você é respeitada?

      No último dia 27 de agosto, Dia do Psicólogo, fui convidado a participar de um painel do curso de psicologia para alunos da Faculdade Ideau cujo tema era “O feminismo em debate”. Pautei meu roteiro sobre os aspectos da violência da qual milhares de mulheres sofrem diariamente, mas violência em sentido amplo, não somente a da agressividade física. Falar de socos, pontapés, chutes, estupro, pode parecer um discurso sobre aquelas mulheres distantes, que não são de nossas relações. Só no estado do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre deste ano, foram registradas pelas polícias mais de 10 mil ocorrências de agressões físicas e quase 20 mil outras de ameaças a mulheres. Mas e quantas outras jamais saberemos, pois as vítimas não tiveram coragem para denunciar?
    Tais agressões são, em sua grande maioria, resultados de ameaças, de proibições, de controle e da imposição da vontade do marido, antes de qualquer coisa. Com relação a isto, percebo no consultório, nas sessões de psicoterapia, mulheres cansadas, deprimidas, sem apetite, com distúrbios de sono, em alguns casos automedicadas na vã tentativa de fugir dos problemas, isso quando o “alívio” não é procurado nas bebidas de álcool ou até mesmo nas drogas ilícitas...
    Mas ao perguntar no título sobre se você é respeitada, faço unicamente para chamar a atenção de que a falta de respeito é o começo de tudo, é o indicativo de que algo na relação conjugal não está indo bem. Não poder colocar a roupa que se deseja, cortar o cabelo, arrumar-se, ter de inventar desculpas por não ir ao jantar com as amigas, arcar muito mais tempo com os afazeres da casa e da educação dos filhos sem qualquer colaboração do companheiro, são procedimentos sugestivos de um desequilíbrio na relação do casal e que podem evoluir para o desrespeito.
    Um trabalho voltado para autoestima, para a recuperação da identidade pessoal, para a valorização da vida é o que pode ser feito àquelas que sofrem tais abusos. Se você é amiga (o) de alguém em que perceba tais ocorrências, “meta a colher”, converse com ela para que a mesma procure ajuda, pois, na maioria dos casos a inércia das vítimas se dá por sentirem-se sozinhas, desamparadas e com medo de tomarem atitudes. A ajuda tanto pode estar no Poder Público, na psicoterapia como em si mesma, adotando novas e saudáveis atitudes.
                                                                   César A R de Oliveira

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

SERÁS MENOS DEPENDENTE DO AMANHÃ SE TE LANÇARES AO PRESENTE* (Sêneca)

O filósofo romano Sêneca (4 a.C), foi uma das pessoas mais ricas de Roma, estadista famoso e conselheiro do imperador. Sêneca teve que negociar, persuadir e planejar seu caminho pela vida. Ao invés de filosofar da segurança da cátedra de uma universidade, ele teve que lidar constantemente com pessoas não cooperativas e poderosas e enfrentar o desastre, o exílio, a saúde frágil e a condenação à morte. Sêneca correu riscos e teve grandes feitos (Wikipédia).
Não há como ler suas obras e não ficar surpreso pela inexistência de “prazo de validade”. Mesmo tendo se passado quase dois mil anos, muito do que ele escreveu permanece de uma atualidade incrível! Em sua obra “Aprendendo a viver”, já no primeiro capítulo nos chama a atenção sobre como tratamos (mal) do tempo perdido, principalmente aquele colocado fora por negligência. Escreve assim ao amigo Lucílio... “Se pensares bem, passamos grande parte da vida agindo mal, a maior parte do tempo sem fazer nada, ou fazendo algo diferente do que se deveria fazer.” Não nos parece atual?
Então seu conselho para bem aproveitarmos todas as horas – que está no título deste texto – é um chamamento a vivermos o presente, o aqui agora tanto insistido por algumas tradições filosóficas e pela própria coerência de que a vida, como um rio, segue seu curso. Para mim a mensagem mais forte deste capítulo é quando o filósofo nos diz que as pessoas têm consciência de quando contraem uma dívida e de que necessitam pagá-la, porém, não se dão conta quando tomam inconvenientemente o tempo dos outros, tempo tomado e que jamais poderão devolvê-lo. Ficam em dívida e geram prejuízos.
O que estamos fazendo no cotidiano merece ser analisado com muita consideração. Frequentemente ouvimos de amigos ou familiares manifestações de planos para o futuro, mas, no entanto, nenhuma ação que já poderia estar ocorrendo marca o presente. Quando eu me aposentar, quando eu tiver tempo ou dinheiro, servem apenas de desculpas para as não realizações do presente! Muitas pessoas vivem seus dias exatamente como na expressão “correndo atrás”: sempre tendo de dar conta de tarefas, obrigações e exigências que deixaram para depois, pois não as realizaram quando deveriam ter feito. Falta-lhes tempo.
É muito visível nas sessões de psicoterapia que aquelas pessoas que têm dificuldades em utilizar seu tempo têm as mesmas dificuldades em organizar seus afetos e em valorizar a sua autoestima. Têm dificuldades em dizer não, sentem-se com grande culpa por não poder atender a todos – daí que mal sobra tempo para suas próprias coisas. Um espaço para falar sobre isto sem que se sintam julgados é o que propõe um trabalho psicoterápico, e, em assim agindo, essas pessoas podem tratar do presente de forma que não sejam grandes dependentes do amanhã. Criam a oportunidade de bem viver o hoje, pois, muitas vezes, o futuro é uma ilusão.
César A R de Oliveira
Psicólogo 

terça-feira, 3 de julho de 2018

DISQUE 188: CVV, Como Vai Você?


O mês de junho trouxe uma ótima notícia para Passo Fundo: a da instalação local de um posto do CVV – Centro de Valorização da Vida - entidade não governamental a qual “... realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar sob total sigilo por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias”. (Definição constante em seu site). Resultado de um trabalho de abnegados colaboradores do NAVIPAF, Núcleo de Apoio à Vida de Passo Fundo, foi apresentado à comunidade regional bem como a composição da direção do posto local, além da exposição sobre a importância e o trabalho do CVV no Brasil pelo Sr Régis, voluntário responsável por treinamentos a novos voluntários.
Para quem nunca teve o infortúnio de saber que a morte de um familiar ou amigo foi por suicídio, talvez não entenda da importância deste órgão para todos nós; basta dizer que 32 brasileiros perdem a vida diariamente por suicídio enquanto que no mundo ocorre uma morte a cada 40 segundos por esta causa. Enquanto você dedicar uns minutos para a leitura deste texto, cerca de seis mortes por suicídio estarão acontecendo ao mesmo tempo em que dezenas de pessoas terão suas vidas afetadas para sempre. É preciso fazer algo.
Várias são as razões que levam alguém ao suicídio (atitude egoísta que além de nada resolver ainda cria novos problemas) e a depressão é a maior causa no mundo. Uma novela de horário nobre da televisão aborda atualmente esta temática com o personagem Beto, depressivo, preocupado em não mostrar-se frágil ante a doença e que não busca auxílio mesmo passando por um grande sofrimento. Na vida real muitas pessoas sentem vergonha em falar sobre a depressão, pois a veem como fraqueza e não querem ser expostas a isto. O trabalho sério de voluntários (treinados) do CVV oferece um acolhimento inicial prestando a escuta que pode ser crucial para o momento. É claro que isso não substitui uma psicoterapia – e nem é este o propósito – mas propicia um desabafo que pode aliviar a tensão e permitir uma reflexão mais esclarecida. Há muitos mitos envoltos ao tema suicídio e a proibição de divulgação em mídias somente atrapalha. É preciso coragem para falar sobre isto pois não só a depressão tem relação com tais mortes: alguém sentindo-se com vergonha, humilhado, com dificuldades afetivas, sexuais, financeiras, enfim, sob pressão em casa ou no trabalho pode pensar em assim agir. Outra grande bobagem é dizer que quem quer matar-se não avisa... avisa sim, fiquemos atentos! Converse sobre o CVV com seus amigos, conheça-o melhor acessando o site, lendo as informações e divulgando o número de atendimento. Ao discar para o telefone 188 a ligação é direcionada a um atendente em qualquer parte do Brasil e o sigilo e a discrição são atitudes fundamentais para a confiança de quem procura o serviço. Quer ser voluntário? Faça seu cadastro pelo site do Centro de Valorização à Vida, muito em breve haverá um curso de formação de novos voluntários em Passo Fundo. – www.cvv.org.br
Agora que você soube um pouco mais da importância de um trabalho voluntário de escuta como forma de minimizar casos de suicídio, lembre-se de que um atendimento sério de psicoterapia é fundamental para a continuação do acolhimento como forma de apoio ao necessitado e a seus familiares. Valorize a vida, encaminhe seu familiar a um psicólogo, afinal, “Como vai você?”.
César A R de Oliveira

Psicólogo