Certamente
você já ouviu a frase título numa alusão a que somos iguais àqueles que
acompanhamos. Pois ocorre que uma recente pesquisa feita por uma agência de
publicidade gaúcha afirma que as pessoas têm mais a ver com os grupos aos quais
pertencem – e acompanham, do que propriamente a suas idades. Pela pesquisa, os
grupos classificaram-se por diferenças de comportamentos, tais como pessoas que
praticam esportes, algumas viciadas em trabalho, outras gourmets, ativistas,
estilo zen, greens e os nerds, mas todos os grupos com pessoas de várias idades
e de gerações diferentes, inclusive.
Ainda
que o foco da pesquisa estivesse voltado para informações de mercado
consumidor, é interessante (e inevitável) a curiosidade: a qual grupo pertenço?
No momento em que tento encontrar-me, acabo por fazer uma reflexão de
autoconhecimento e lembro-me dos tempos de Sócrates e da intrigante afirmativa
no portal do templo de Delfos: “conhece-te a ti mesmo”. E reconheço o que vejo?
É
claro que não devemos nos sentir rotulados e pertencentes a um único grupo,
pois temos outras preferências também, e, se hoje o interesse nos identifica a
um grupo, amanhã poderemos nos sentir melhor noutro. Penso que a grande notícia desta pesquisa é a
de que não estamos limitados e uma idade (faixa etária) que nos diga o que
podemos ou não realizar, afinal, é bem provável que façamos muitas coisas que
nossos pais não faziam quando tinham nossa idade. Se tivermos os cuidados
necessários voltados ao relacionamento para com a nossa família, para com a saúde,
com o de ter algum grupo entre amigos e/ou atividade social e para com a nossa
espiritualidade, estaremos bem encaminhados para uma existência saudável, de
realizações e com sentido.
Aproveitando
as informações da pesquisa, vejo sobre o quanto é importante nos mantermos
atualizados nos dias de hoje e atentos às mudanças. Nossa sobrevivência no
mercado de trabalho depende disso, nossa relação com os filhos e amigos também,
e se quisermos educar nossos filhos da maneira como o fomos, poderemos correr o
risco de falharmos, por melhor que seja a intenção os tempos mudaram. Nas
sessões de psicoterapia, com frequência, ouço jovens ansiosos por querer tomar
certas atitudes mas que não o fazem pois estão preocupados em não querer
desagradar a seus pais. Isto ocorre quando estes pais pensam de outra forma ou então
não conseguem perceber a situação que o filho passa com o olhar que a
modernidade exige, comparam o momento do filho às suas épocas.
Caros
pais: digam-me com quem andam e lhes direi quem sois. Se por acaso andam de
mãos dadas com o passado e proferindo a toda hora conselhos aos filhos que
começam com a frase “... no meu tempo..”, está na hora de reverem seus conceitos,
atualizem-se!
César A R de Oliveira
Psicólogo
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