Dona
Cida é gaúcha de Cachoeirinha, tem 71 anos de idade e há quatro anos distribui
abraços nas ruas, parques e nos locais de aglomeração de pessoas. Foi
justamente o calor afetuoso que trocou abraçando centenas de estranhos que a
fez sair de um quadro depressivo; Uma sequência de mortes de familiares (em
pouco espaço de tempo ficou viúva duas vezes, morreram quatro irmãos e ainda a
sua mãe) fez com que tivesse sua vida abalada de tal maneira que não saia mais
de casa. Relata que foi durante um momento de oração que ouviu uma voz lhe
dizer para sair às ruas e abraçar as pessoas. Foi o que fez, e isso transformou
sua vida. “ –Me perguntam se não acho esquisito abraçar estranhos. Mas sou a
prova viva de que um abraço, quando é honesto, cura mais do que remédio – disse
sorrindo.”
Ouvindo
uma entrevista sua fiquei me perguntando sobre como alguém que esteve em um
quadro de depressão profunda consegue agora transmitir tanta energia a
estranhos. O que ela fez não é novidade, é feito no mundo todo (movimento Free
Hugs), há até estudos científicos sobre os efeitos da “abraçoterapia” na saúde
das pessoas citando a liberação de hormônios e os efeitos de bem estar que
produz nas pessoas. Basta digitar num site de buscas na internet o termo
“abraço grátis” e teremos centenas de informações sobre os benefícios dessa
atitude.
É
a típica situação em que ganham ambos, quem dá e quem recebe, pois o benefício
é mútuo! Um abraço pode ser transportado a qualquer lugar, ser dado em momentos
de alegria ou de tristezas, não importa a sua duração, o efeito é maravilhoso. Quando
percebermos que dispomos deste instrumento altamente transformador talvez nos
lembremos do que diz o poeta na música de J Quest: “...o melhor lugar do mundo
é dentro de um abraço”, e diz mais, nos emocionando: “Tudo
que a gente sofre num abraço se dissolve; Tudo que se espera ou sonha, num
abraço se encontra.”
É
sobre este remédio milagroso que Dona Cida falava, ele alivia sofrimentos,
amplia a alegria. Mas e o que nos impede de dar abraços? Certa vez ouvi de
alguém a manifestação surpresa no momento em que ganhou um abraço, questionando-se
sobre há quanto tempo ela não ganhava um. Algo tão simples, algo tão bom e que
ela não ganhava há anos! Bem, não precisamos – por hora – sair oferecendo
abraços pelas ruas... olhemos ao redor: quando foi a última vez que abraçamos
com calor a quem amamos? Marido, esposa, filhos, pais, amigos, colegas de
trabalho... Pensemos sobre quantos abraços apenas às pessoas conhecidas estamos
devendo. Bem, se a lógica do abraço é a do efeito benéfico e recíproco,
comecemos agora, já! Não percamos tempo. Não precisamos esperar - assim como
Dona Cida – um chamado para agir. Falemos com nossa voz interior, aquela que
nos conforta, nos direciona para o bem e nos quer ver feliz: abracemos!!!
César A R de Oliveira
Psicólogo – whats app 99981 6455
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