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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

RESOLUÇÕES PARA O ANO NOVO

A palavra resolução, dentre vários significados, tem, nesta época do ano, principalmente o sentido de determinação ou de decisão: “Neste ano eu vou ...” e por ai desfilam uma série de atitudes iniciativas ou desejos de muitas coisas inacabadas e até mesmo nunca realizadas, as quais queremos para o ano novo. É claro que este desejar serve de motivação, pois um novo ciclo aproximando-se é sempre inspirador e devemos aproveitá-lo, todavia, a observação necessária é a de verificarmos se não estamos andando em círculos e buscando o que nem sabemos.
Gosto muito sobre como o pensador alemão Walter Benjamin distingue sobre duas maneiras de encarar a vida: são as definições de vivência e de experiência. Na primeira, quando vivenciamos, apenas passamos pela vida e nunca temos tempo, estamos sempre com a sensação de que algo falta, de que não temos tudo do que precisamos e ficamos voltados para um trabalho vazio, angustiante, e para um somatório de saberes inúteis. Por sua vez, nas relações de experiência de vida, a sensação de que o tempo se prolonga e é melhor aproveitado vai ficando na lembrança dos registros de acontecimentos, de diálogos e de contato com os outros. Ora, para aquelas pessoas que mais vivenciam o ano, de fato, o tempo passa rápido demais e nem sempre é possível a realização de projetos e de desejos, enquanto que para aquelas que “saboreiam” cada minuto experimentado, fica outra impressão.
É importante termos o cuidado de estarmos atentos a não colocar nossos desejos na forma de metas. O desejo parte de uma realização, de uma força natural de motivação para a vida, “Desejamos o desejo de um desejo”, dizem, e isto é muita coisa para ser colocada simplesmente como uma meta. Alçar o desejo a uma condição de meta é colocarmo-nos como escravos destas realizações, é obrigarmo-nos a tê-los como um pesado fardo para carregarmos durante o ano.
Assim, entendendo nossos desejos como possibilidades de realizações de engrandecimento e de satisfações, como uma busca por experiências de vida, aproveitaremos melhor cada hora do novo ano, não sendo pegos de surpresa quando da chegada de seu término e nem sem respostas sobre onde estivemos durante seu transcurso.
É possível dizer que a experiência “lentifica o tempo”, desta forma podemos aproveitar muito mais cada minuto, enquanto que a vivência o comprime, faz passar tão rapidamente. É por isso que sempre temos aquela sensação de que em uma viagem o caminho de ida parece ser mais longo que o caminho da volta. Que em 2018 nos demoremos mais durante a passagem do ano, experimentemos intensamente cada dia, cada hora desta viagem anual.
César A R de Oliveira

Psicólogo – whats app 999 81 64 55