Cada vez mais a meditação ganha espaço na cultura ocidental, e, em
tempos cibernéticos, é possível termos acesso a orientações, cursos,
técnicas, músicas, aplicativos, livros, enfim, às oportunidades de
diversos e novos conhecimentos sobre isto. Ainda há muita confusão por
parte daqueles que associam a meditação a uma religião. Na atualidade, a
ciência empenha-se em melhor compreendê-la para podermos percebê-la
então como um estilo/filosofia de vida que nos auxilie. Hoje é possível
dizer que há muita afinidade entre estas atitudes introspectivas - um
acompanhamento psicoterápico e momentos de meditação - pois dentre os
sinônimos de meditar estão “pensar, refletir, ponderar...”, ambas, ações
de busca interior. É claro que as diferenças ficam evidentes quando
incluímos à psicoterapia o apoio e a orientação de um profissional,
contrapondo à atitude solitária do meditante. Mas e quando a
psicoterapia tem como coadjuvante momentos de meditação em horários
extrassessões?
Estudos científicos realizados durante 15 anos
entre mais de 100 monges e meditadores budistas leigos (Universidade de
Wisconsin-Madison – e outras 19 universidades) concluem que a meditação
age sobre a plástica cerebral e pode reorganizar circuitos neurológicos
produzindo efeitos salutares não apenas na mente e no cérebro, mas em
todo o corpo. Estudos no Brasil, do Hospital Albert Einsten,
constataram em 39 voluntários meditadores a existência de maior
quantidade de massa cinzenta em áreas corticais relacionados à atenção e
ao raciocínio. Desta forma, sessões de psicoterapia em que o cliente
complemente seus horários com tal prática, são muito mais eficientes
para tratamentos de depressão, ansiedades ou dores crônicas, por
exemplo, pois tendem a favorecer a uma agradável sensação de bem estar.
Das
leituras que faço sobre meditação, chama-me a atenção que dentre alguns
relatos de seus benefícios (tais como estabilidade emocional ou senso
de atenção e concentração melhorados), encontra-se o destaque para
aumento de qualidades de humanização de quem medita, como amor e
compaixão. Quantos sofrimentos vemos nas sessões de psicoterapias quando
as pessoas estão despidas destes sentimentos: amor e compaixão, e, não
raro, faltando-lhes amor próprio, pois acabam envolvendo-se em
enrascadas, em problemas de trabalho ou de relacionamentos justamente
por falta de autoestima.
A introspecção que a meditação
propicia, permite uma melhora no autoconhecimento e, desta forma, a
pessoa sente-se mais livre, mais confiante para enfrentar suas sombras.
Eminente psicóloga diz que “... a meditação é uma terapia valiosa para
superar os conteúdos negativos, com o objetivo de liberar o
inconsciente, em vez de esmagá-lo ou asfixiá-lo...”. Ora, se a
meditação, como busca interna para um processo de crescimento traz seus
benefícios, aliá-la aos cuidados de uma psicoterapia poderá levar àquilo
que o homem busca desde os primórdios, e, talvez, sejam suas maiores
conquistas: momentos de paz e de felicidade.
César A R Oliveira
Psicólogo – whats app 99981 6455
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