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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O Ministério da saúde adverte: (ou deveria) Uso de aparelho celular em demasia é prejudicial à saúde.

O Brasil tem o quarto maior volume de usuários de internet no mundo e é o segundo dos que mais utilizam o whats app (perde apenas para África do Sul). Resultado: esta dependência tecnológica faz aumentar as queixas nos hospitais, nas clínicas de psicologia, de psiquiatria e em escolas, apontam pesquisas do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
Não é preciso aprofundar-se nos dados da pesquisa para descrever sobre acidentes de trânsito decorrentes do hábito de dirigir enquanto se dá uma “espiada” no celular, de utilizar-se do aparelho durante as refeições, à cama, e por aí afora. A novela Malhação, no final do mês de novembro trazia como trama central a decisão da direção de uma escola em recolher os aparelhos dos alunos quando estes deveriam passar a catraca para a entrada às aulas, recebendo-os somente na hora da saída. É claro que indignação, revolta, tentativas de entrar com telefones escondidos, sumiço da caixa onde ficavam guardados, muita coisa aconteceu, pois, mexeram com os aparelhos, mexeram com as pessoas.
Dá para perceber o quanto muitos consideram o aparelho como uma extensão de seu próprio corpo? Voltam para casa para buscá-los quando esquecidos, perdem um pedaço de si quando estes são roubados ou extraviados.
Inegável que se trata de um avanço tecnológico com inúmeros benefícios, mas tendo por base o artigo da pesquisa supracitada estamos diante de graves problemas de saúde e de relacionamentos apenas pelo mau uso disto. A autoestima fica condicionada ao aumento de curtidas nas postagens, e a (in) felicidade também, e pior, o isolamento que a virtualidade provoca pode gerar desprezo pelas relações e contatos afetivos pessoais, podendo culminar ainda em quadros depressivos ou mesmo de fobia social.
Sem exageros, os relatos são impressionantes: comparam tal dependência à dos fumantes que quando ficam em abstinência precisam ter algo nas mãos para ficar mexendo, sem falar na irritabilidade e ansiedade que sentem por não dispor dos aparelhos.
Como tudo é uma questão de manter um ponto de equilíbrio (esta é uma Lei Natural), aproveitemos a tecnologia, mas sempre tendo o cuidado para que nos seja na maioria das vezes mais favorável do que geradora de problemas. Muito mais do que prejuízos nos relacionamentos vê-se pela pesquisa a queda da qualidade da saúde (tanto física como psíquica) a qual pode repercutir negativamente na família, no trabalho, nos estudos, na vida. Nestes casos, a busca por medicamentos ansiolíticos, antidepressivos, indutores de sono e/ou outros, pode ser evitada se na causa, houver uma mudança de comportamento com relação ao uso de smartphones.
Um estudo da renomada Universidade de Harvard aponta que em situações presenciais falamos sobre nós, com os outros, em média por 30% da conversa, enquanto que pela internet nos expomos próximos de 90% dos conteúdos. Então, opte por mais diálogo e menos tecladas virtuais, assim, nos propondo a escutar com atenção nossos amigos estaremos acrescentando mais qualidade e saúde em nossas vidas e nas relações.
Nunca é demais repetir: utilize da tecnologia mas não esqueça de conversar e de priorizar a pessoa que está à sua frente (e não o equipamento), além de perceber que é possível bons momentos sem que necessariamente estejamos manuseando um telefone celular.

César A R de Oliveira

Psicólogo

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