logo

logo

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Em setembro, Cristo Redentor de amarelo, por quê?

O Centro de Valorização da Vida (CVV) adotou o Setembro Amarelo - a exemplo de outros meses coloridos para chamar a atenção às suas finalidades – pois no dia 10 registra-se o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. É de muita importância esta atitude, pois estima-se que em 90% dos casos os suicídios são previsíveis e possíveis de ser evitados. O tema da campanha será: “Falar é a melhor solução”, numa tentativa de motivar discussões para que se possa aprender mais sobre o assunto.
Há dados impressionantes sobre suicídio e pouco conhecidos de quem não é profissional afeto ao tema: de acordo com o Ministério da Saúde trata-se de um problema de saúde pública, pois no Brasil há uma ocorrência a cada 45 minutos, enquanto quatro outras tentativas ocorrem no mesmo período de tempo. No mundo (dados da Organização Mundial de Saúde) a incrível e nada desejável marca de um suicídio a cada 30 segundos, ou três mil por dia! Há um perfil do suicida, geralmente são pessoas com histórico de algum distúrbio psiquiátrico (90% dos casos), ou então de transtornos graves de depressão, e ainda, pessoas com alguma dependência química tanto às drogas ilícitas quanto ao álcool.  Mas o mais importante é que, em comum, muitos casos poderiam ter sido evitados se alguém tivesse dado mais atenção aos sinais do potencial suicida.
Nenhum problema ou dificuldade, por maior que possa parecer, justifica a atitude extrema de dar fim à própria vida. Tal comportamento carrega o peso de ser reprovável tanto por aspectos culturais, sociais ou mesmo religiosos. Poderia ser resumida ainda como lamentável ação egoística, pois nos casos daquelas pessoas que procuram psicoterapia após alguma ocorrência desta natureza em suas famílias, vê-se a marca que o suicida deixa através de sentimentos de impotência e de culpa aos sobreviventes.
Existe no senso comum a falsa afirmação de “... quem quer se matar não avisa...”, avisa sim. Além do suicídio consumado existem os chamados gestos suicidas e ainda as tentativas de suicídio, cada qual com suas mensagens, mas que se resumem a comportamentos autodestrutivos. O suicídio é a segunda causa de morte violenta de jovens entre 18 e 34 anos de idade; há maiores tentativas entre mulheres, mas é maior o caso de morte entre os homens; aumentam as chances entre homens com mais de 60 anos de idade; solteiros, separados ou viúvos cometem mais suicídios do que pessoas casadas ou com companheiros estáveis. Antecedentes de suicídios na família também são indicativos fortes. Há muito para se aprender sobre o assunto.
Agora, a melhor forma de auxiliar alguém evitando o suicídio – mesmo que não saibamos desta intenção – é dar-lhe atenção, escutá-lo, conversar mais, estar presente.  Num mundo onde muitos queixam-se de falta de tempo, prendem-se a smartphones e computadores, tirar um breve instante para uma conversa, uma aproximação afetiva, pode ser o significado entre a vida e a morte.
César A R de Oliveira – psicólogo

saude_mental@outlook.com