O
Centro de Valorização da Vida (CVV) adotou o Setembro Amarelo - a exemplo de outros
meses coloridos para chamar a atenção às suas finalidades – pois no dia 10
registra-se o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. É de muita importância esta
atitude, pois estima-se que em 90% dos casos os suicídios são previsíveis e
possíveis de ser evitados. O tema da campanha será: “Falar é a melhor solução”, numa tentativa de motivar discussões
para que se possa aprender mais sobre o assunto.
Há
dados impressionantes sobre suicídio e pouco conhecidos de quem não é
profissional afeto ao tema: de acordo com o Ministério da Saúde trata-se de um
problema de saúde pública, pois no Brasil há uma ocorrência a cada 45 minutos,
enquanto quatro outras tentativas ocorrem no mesmo período de tempo. No mundo
(dados da Organização Mundial de Saúde) a incrível e nada desejável marca de um
suicídio a cada 30 segundos, ou três mil por dia! Há um perfil do suicida,
geralmente são pessoas com histórico de algum distúrbio psiquiátrico (90% dos
casos), ou então de transtornos graves de depressão, e ainda, pessoas com
alguma dependência química tanto às drogas ilícitas quanto ao álcool. Mas o mais importante é que, em comum, muitos
casos poderiam ter sido evitados se alguém tivesse dado mais atenção aos sinais
do potencial suicida.
Nenhum
problema ou dificuldade, por maior que possa parecer, justifica a atitude extrema
de dar fim à própria vida. Tal comportamento carrega o peso de ser reprovável
tanto por aspectos culturais, sociais ou mesmo religiosos. Poderia ser resumida
ainda como lamentável ação egoística, pois nos casos daquelas pessoas que
procuram psicoterapia após alguma ocorrência desta natureza em suas famílias,
vê-se a marca que o suicida deixa através de sentimentos de impotência e de
culpa aos sobreviventes.
Existe
no senso comum a falsa afirmação de “...
quem quer se matar não avisa...”, avisa sim. Além do suicídio consumado
existem os chamados gestos suicidas e ainda as tentativas de suicídio, cada
qual com suas mensagens, mas que se resumem a comportamentos autodestrutivos. O
suicídio é a segunda causa de morte violenta de jovens entre 18 e 34 anos de
idade; há maiores tentativas entre mulheres, mas é maior o caso de morte entre
os homens; aumentam as chances entre homens com mais de 60 anos de idade;
solteiros, separados ou viúvos cometem mais suicídios do que pessoas casadas ou
com companheiros estáveis. Antecedentes de suicídios na família também são
indicativos fortes. Há muito para se aprender sobre o assunto.
Agora,
a melhor forma de auxiliar alguém evitando o suicídio – mesmo que não saibamos
desta intenção – é dar-lhe atenção, escutá-lo, conversar mais, estar
presente. Num mundo onde muitos
queixam-se de falta de tempo, prendem-se a smartphones e computadores, tirar um
breve instante para uma conversa, uma aproximação afetiva, pode ser o
significado entre a vida e a morte.
César
A R de Oliveira – psicólogo
saude_mental@outlook.com