O título está correto: é para esclarecer
para você que o Dia dos Namorados pode ser muito bem comemorado também como um
resultado matemático. Foi destaque em algumas revistas no mês de maio, a
notícia de um site de palestras na internet com o título The Mathematics of Love (sem dublagem ou legenda em português) onde
a autora faz o maior sucesso “ensinando” fórmulas matemáticas para encontrar o
par ideal. A tentativa, por vezes bizarra, baseia-se em estudos e pesquisas
sobre como algumas pessoas encontram seus pares nos dias de hoje. Sites de
relacionamentos - tais quais os existentes no Brasil - são atualmente responsáveis
por um terço dos casamentos entre norteamericanos e início de muitas tentativas
de namoro por aqui. Se o amor, muito identificado com a poesia e a literatura
agora passa pelo viés matemático, não dá para esquecer também que houve no
passado tentativas da biologia em explicar as atrações entre pessoas por meio
de químicas hormonais, da antropologia por estudos sociais, e até mesmo da
psicologia através do comportamento humano.
Agora, mais do que apegar-se a uma
teoria para encontrar um grande amor, é preciso estar apaixonado por si mesmo,
ter boa autoestima e valorizar-se. Pessoas que não encontram prazer em suas
atividades, nos relacionamentos sociais ou no trabalho, dificilmente
sentir-se-ão bem ao lado de alguém. Não dá para apostar na possibilidade de que
encontrando sua “cara-metade” será feliz, unicamente por que não deve ser o
outro quem nos faça feliz. Fosse assim, a vida sem o outro seria uma eterna
infelicidade. Compartilhar momentos, conversar, divertir-se, empenhar-se junto
e comprometer-se com a pessoa amada são apenas algumas formas de bem viver o
Dia dos Namorados.
Ao mesmo tempo, o apelo midiático de que
devemos ter alguém para presentearmos, para sairmos juntos, para curtir a data (dando
a clara impressão de que quem está sozinho está errado) deve ser visto com
cuidado: se por um lado a clínica da psicoterapia nos traz pessoas tristes por
estarem sós, traz também outra gama de pessoas igualmente tristes mesmo estando
acompanhadas, sejam por casamentos, noivados ou outros compromissos dos quais
sentem-se incapazes em terminar.
Se você encontra-se no grupo de pessoas
que por algum motivo não tem alguém com quem comemorar esta data, não sinta-se
inferior por isto. Reflita, tente responder à pergunta: Sou obrigado a estar
com alguém? De bom grado que a resposta seja “não”, estar obrigado a uma
relação não é sinônimo de bem estar ou de alegria.
Sempre que posso refiro-me ao termo
SOLITUDE, a atitude de estar só, por opção, por fazer bem e propiciar uma
reflexão. Então não se constranja se no Dia dos Namorados você está só;
reflita, avalie sua vida, procure entender qual o significado em ter alguém ao
seu lado, e, quando sentir-se fortalecido abra-se às possibilidades, seja menos
exigente consigo mesmo e permita-se conhecer alguém – e ser conhecido. Mais do
que questionar-se sobre o que um namorado pode dar à sua vida, prepare-se para
responder o que você tem a dar a um relacionamento. Quando exigimos muito,
esperamos muito e não nos satisfazemos, por outro lado, se estamos na condição
de dar algo nos sentimos compelidos a pelo menos tentar dar o que de melhor
tivermos.